segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Cavalete Empenado | Desempenando"

Nesta postagem quero mostrar um exemplo de um cavalete empenado. Um leitor entrou em contato comigo dizendo que o seu cavalete estava, aparentemente, com defeito, pois o som poderia estar sendo prejudicado, principalmente por ele estar naquela situação. Vejam:


De fato o cavalete dele estava torto. O meu já esteve um pouco torto, mas, por sorte, levei ao luthier apenas para ele ver como que o som estava (na verdade  não tinha ido para ver nada do meu cello, mas aproveite). Quando ele olhou para o cavalete disse: "mais uns dias você teria que vim aqui comprar um novo"...

Com o cavalete tordo, além de o som não estar sendo devidamente sendo transferido ao tampo, conforme explicações básicas desta postagem, corre o risco do cavalete quebrar e ocorrer algum dano ao tampo do instrumento.

Alguns dias depois, ele me enviou essas fotos:



Mas para a alegria do músico, não ocorreu nenhum dano ao instrumento. Muito bom!! Apenas teve que tirar umas $$ do bolso.

Desempenando o Cavalete:

Para desempenar o cavalete, conforme o procedimento que o luthier fez no meu  foi esse:

- Encostou um pano úmido às costas do cavalete e deixou por alguns segundos/minutos;

- Repetiu esse procedimento;

- Depois com ajuda de um pedaço de madeira reta posta às costas do cavalete e com ajuda de alguns prendedores, fez com que o cavalete ficasse encostado na madeira reta, forçando ele ficar reto.

- Fui para casa e retirei algumas horas depois, os prendedores e a madeira;

- Tudo isso com o Cello afinado.

O cavalete voltou ao normal; legal, algumas $$ economizadas!!!

Cuidados Básicos:

Bom lembrar que sempre que as cordas forem completamente desafinadas, é interessante passar grafite, aquele de lápis, lapiseira. Isso fará com que o atrito entre corda e cavalete seja menor. Pode fazer sem medo. Esse procedimento é muito utilizado. 

Importante observar, diariamente, se o cavalete sempre está reto e procurar deixar ele sempre posicionado, puxando ele para frente o para trás, conforme o caso.

Procurar verificar se os pés estão junto ao tampo; se algum lado estiver solto do tampo, a pressão das cordas poderá empenar o cavalete. Neste caso, tentar deixar os pés juntos ao tampo.
Quando for afinar o Cello, nos casos em que todas as cordas forem soltas, deixar o cavalete 1 cm tombado para trás, assim, quando a afinação for completamente alcançada, ele estará completamente reto no tampo. Se ainda não ficou, ou a parte de trás que ficou alta. Desafine e repita. Com jeito e experiência ele ficará reto.
Bom, basicamente é isso. Se houver dúvidas, não exite em perguntar; Se houver experiência, não deixe de compartilhar.

Forte Abraço!
Daniel

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"Cavalete | Importância | Modelos e Características"

Cavalete ?

O cavalete é uma peça de madeira feito de acero, maple, entre outras madeiras. O cavalete é um pouco frágil e por isso há necessidade de um cuidado especial para que não venha a perder sua funcionalidade de maneira prematura.

Trata-se de uma peça muito importante nos instrumentos de arco, ou seja, de corda friccionada (Cello, Violino, Viola e Baixo). Essa peça não pode ser simplesmente ignorada por nós como uma peça que serve para fazer a divisão das cordas, bem como mantê-las esticadas de forma que não fiquem coladas no espelho.

Importância:

O cavalete é a peça principal que irá transferir o som das cordas ao corpo do instrumento. O cavalete será o  principal condutor do som para que haja a devida transferência das cordas ao tampo do instrumento, e consequentemente, ao fundo do instrumento.

Vejam, conforme a qualidade do cavalete, melhor a transferência das vibrações, ondas sonoras, sons, ao instrumento como o todo. Portanto, quanto melhor o cavalete, melhor será a qualidade do som, logo a escolha de um bom cavalete (madeira dura e antiga) melhor será a resposta do instrumento como um todo.

Cuidados Básicos:

Conforme a afinação que é feita no instrumento através das cordas que passam sobre a superfície do cavalete, este costuma a empenar para frente ou levemente para trás dependendo do ângulo que é ajustado, fazendo com que seus pés perca o contato com o tampo do instrumento. Para isso não acontecer é fundamental que o músico fique atento ao afinar seu instrumento, verificando a posição (reta da parte de trás) do cavalete e a simetria de seus pés junto ao tampo. Pode ser verificado com uma régua ou a olho nu para os mais experientes. Caso o cavalete esteja desconfigurado de sua posição original basta puxa-lo para trás (e/ou frente) com cuidado, lembrando que as cordas devem estar levemente afrouxadas para que possa diminuir a pressão do cavalete no tampo do instrumento. 
Para ajudar as cordas a diminuírem o atrito, pode passar grafite, lápis, lapiseira, no local aonde as cordas ficam. Isso ajuda a lubrificar. Esse procedimento pode ser feito na pestana também.
Outro detalhe interessante do cavalete é sua espessura. O cavalete não pode ser tão “grosso”, e muito menos ser colocado no instrumento com as configurações de fábrica (jamais). Por isso, sempre que precisar de um ajuste leve a um luthier para ajusta-lo por completo (pés, encurvatura, espessura).

Modelos e Características:

Quanto ao modelo dos cavaletes e sua relação com o timbre do instrumento é uma questão de estilo de cada musicista. 

Modelo Francês:



Muito utilizado pelo celistas possui uma características mais harmoniosa com timbres menos brilhante.

Já o modelo Belga:




Possui em sua característica a produção de timbres mais brilhantes, melhor resposta e com grande explosão sonora. Muito utilizado entre celistas solos pela rápida resposta que este tipo de cavalete produz com as arcadas.

Entre os menos utilizado, temos o cavalete barroco:



Em seu próprio nome já nos dá pistas sobre sua utilização. É utilizado em Cellos barrocos, característica marcante está em seu formato e timbre mais dolce. Mas há aqueles que o utiliza em instrumentos modernos em busca de um som mais aveludado. Claro que todos os modelos supracitados devem levar em conta as cordas a serem utilizadas e principalmente o timbre que mais agrada o musicista para que o conjunto se corresponda.

Prezados, aqui foi uma postagem em conjunto, Daniel e Rui. Esperamos contribuir. Todo caso, aguardamos os comentários sobre os modelos citados para poder florescer mais a postagem, bem como de conhecimento de outros modelos não citados nesta postagem.

Forte abraço!

Daniel e Rui