segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Cavalete Empenado | Desempenando"

Nesta postagem quero mostrar um exemplo de um cavalete empenado. Um leitor entrou em contato comigo dizendo que o seu cavalete estava, aparentemente, com defeito, pois o som poderia estar sendo prejudicado, principalmente por ele estar naquela situação. Vejam:


De fato o cavalete dele estava torto. O meu já esteve um pouco torto, mas, por sorte, levei ao luthier apenas para ele ver como que o som estava (na verdade  não tinha ido para ver nada do meu cello, mas aproveite). Quando ele olhou para o cavalete disse: "mais uns dias você teria que vim aqui comprar um novo"...

Com o cavalete tordo, além de o som não estar sendo devidamente sendo transferido ao tampo, conforme explicações básicas desta postagem, corre o risco do cavalete quebrar e ocorrer algum dano ao tampo do instrumento.

Alguns dias depois, ele me enviou essas fotos:



Mas para a alegria do músico, não ocorreu nenhum dano ao instrumento. Muito bom!! Apenas teve que tirar umas $$ do bolso.

Desempenando o Cavalete:

Para desempenar o cavalete, conforme o procedimento que o luthier fez no meu  foi esse:

- Encostou um pano úmido às costas do cavalete e deixou por alguns segundos/minutos;

- Repetiu esse procedimento;

- Depois com ajuda de um pedaço de madeira reta posta às costas do cavalete e com ajuda de alguns prendedores, fez com que o cavalete ficasse encostado na madeira reta, forçando ele ficar reto.

- Fui para casa e retirei algumas horas depois, os prendedores e a madeira;

- Tudo isso com o Cello afinado.

O cavalete voltou ao normal; legal, algumas $$ economizadas!!!

Cuidados Básicos:

Bom lembrar que sempre que as cordas forem completamente desafinadas, é interessante passar grafite, aquele de lápis, lapiseira. Isso fará com que o atrito entre corda e cavalete seja menor. Pode fazer sem medo. Esse procedimento é muito utilizado. 

Importante observar, diariamente, se o cavalete sempre está reto e procurar deixar ele sempre posicionado, puxando ele para frente o para trás, conforme o caso.

Procurar verificar se os pés estão junto ao tampo; se algum lado estiver solto do tampo, a pressão das cordas poderá empenar o cavalete. Neste caso, tentar deixar os pés juntos ao tampo.
Quando for afinar o Cello, nos casos em que todas as cordas forem soltas, deixar o cavalete 1 cm tombado para trás, assim, quando a afinação for completamente alcançada, ele estará completamente reto no tampo. Se ainda não ficou, ou a parte de trás que ficou alta. Desafine e repita. Com jeito e experiência ele ficará reto.
Bom, basicamente é isso. Se houver dúvidas, não exite em perguntar; Se houver experiência, não deixe de compartilhar.

Forte Abraço!
Daniel

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"Cavalete | Importância | Modelos e Características"

Cavalete ?

O cavalete é uma peça de madeira feito de acero, maple, entre outras madeiras. O cavalete é um pouco frágil e por isso há necessidade de um cuidado especial para que não venha a perder sua funcionalidade de maneira prematura.

Trata-se de uma peça muito importante nos instrumentos de arco, ou seja, de corda friccionada (Cello, Violino, Viola e Baixo). Essa peça não pode ser simplesmente ignorada por nós como uma peça que serve para fazer a divisão das cordas, bem como mantê-las esticadas de forma que não fiquem coladas no espelho.

Importância:

O cavalete é a peça principal que irá transferir o som das cordas ao corpo do instrumento. O cavalete será o  principal condutor do som para que haja a devida transferência das cordas ao tampo do instrumento, e consequentemente, ao fundo do instrumento.

Vejam, conforme a qualidade do cavalete, melhor a transferência das vibrações, ondas sonoras, sons, ao instrumento como o todo. Portanto, quanto melhor o cavalete, melhor será a qualidade do som, logo a escolha de um bom cavalete (madeira dura e antiga) melhor será a resposta do instrumento como um todo.

Cuidados Básicos:

Conforme a afinação que é feita no instrumento através das cordas que passam sobre a superfície do cavalete, este costuma a empenar para frente ou levemente para trás dependendo do ângulo que é ajustado, fazendo com que seus pés perca o contato com o tampo do instrumento. Para isso não acontecer é fundamental que o músico fique atento ao afinar seu instrumento, verificando a posição (reta da parte de trás) do cavalete e a simetria de seus pés junto ao tampo. Pode ser verificado com uma régua ou a olho nu para os mais experientes. Caso o cavalete esteja desconfigurado de sua posição original basta puxa-lo para trás (e/ou frente) com cuidado, lembrando que as cordas devem estar levemente afrouxadas para que possa diminuir a pressão do cavalete no tampo do instrumento. 
Para ajudar as cordas a diminuírem o atrito, pode passar grafite, lápis, lapiseira, no local aonde as cordas ficam. Isso ajuda a lubrificar. Esse procedimento pode ser feito na pestana também.
Outro detalhe interessante do cavalete é sua espessura. O cavalete não pode ser tão “grosso”, e muito menos ser colocado no instrumento com as configurações de fábrica (jamais). Por isso, sempre que precisar de um ajuste leve a um luthier para ajusta-lo por completo (pés, encurvatura, espessura).

Modelos e Características:

Quanto ao modelo dos cavaletes e sua relação com o timbre do instrumento é uma questão de estilo de cada musicista. 

Modelo Francês:



Muito utilizado pelo celistas possui uma características mais harmoniosa com timbres menos brilhante.

Já o modelo Belga:




Possui em sua característica a produção de timbres mais brilhantes, melhor resposta e com grande explosão sonora. Muito utilizado entre celistas solos pela rápida resposta que este tipo de cavalete produz com as arcadas.

Entre os menos utilizado, temos o cavalete barroco:



Em seu próprio nome já nos dá pistas sobre sua utilização. É utilizado em Cellos barrocos, característica marcante está em seu formato e timbre mais dolce. Mas há aqueles que o utiliza em instrumentos modernos em busca de um som mais aveludado. Claro que todos os modelos supracitados devem levar em conta as cordas a serem utilizadas e principalmente o timbre que mais agrada o musicista para que o conjunto se corresponda.

Prezados, aqui foi uma postagem em conjunto, Daniel e Rui. Esperamos contribuir. Todo caso, aguardamos os comentários sobre os modelos citados para poder florescer mais a postagem, bem como de conhecimento de outros modelos não citados nesta postagem.

Forte abraço!

Daniel e Rui

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"Cordas Spirocore"



Para aqueles que estão querendo investir em um ótimo jogo de cordas, neste post falaremos um pouco sobre a marca Thomastik Spirocore. Está corda é uma ótima opção custo/benefício. Mas, há aqueles que possam dizer “uall pagar R$ 600 \ R$ 800 \ R$ 850 em um jogo de cordas (Claro, depende da loja de sua preferência)... preço de um instrumento chinêsA resposta é sim. É um investimento que sem duvida lhe trará avanços, tanto na questão de estudos como destaque na orquestra.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"Falta de Tempo"

Prezados,

Vocês sofrem com falta de tempo para estudar a música ?

E quando sobra tempo não há vontade ou coragem ou qualquer outro sentimento, para não dizer preguiça de estudar ?

Bom, atualmente minha vida está muito corrida. Trabalho, Graduando, e aos finais de semana trabalho junto com minha esposa. 

Ou seja, correria total. 

Muita das vezes não tenho tempo para estudar o Cello, o que faz com que o desempenho demore para melhorar. Vou melhorar aquilo que já sei e aprender um pouco mais com com a experiência.

Mas aprender algo novo, será raro.

Digo isso, pois, teve um final de semana que fiquei em casa e aproveite para estudar o Cello, peguei as últimas melodias do Suzuki V. 1 e fiquei tocando para tentar usar as técnicas de arco que ela pede. 

Nossa, muito bom, no outro dia minha arcada estava muito boa, minha afinação estava melhor, até o som do Cello estava melhor. 

Fazia muito tempo que não estudava com vontade, uns 03 meses, meus dedos até ficaram doendo, como se estivesse calejando. Isso devido ter ficado umas 02 horas estudando, senão vou mais.

Agora, minha arcada está mais ou menos conforme no dia seguinte ao estudo, minha afinação também, mas não senti nada de novo por esses dias quando fui tocar.

Escrevo isso em forma de desabafo e como relato.

Aproveito a oportunidade e liberdade para dizer que não devemos parar de estudar. Por mais que temos pouco tempo para estudo, podemos estudar pouco a pouco e com o passar dos anos estar tocando de forma agradável.

Pense que sera pior parar. Parar não será a melhor escolha. Podemos passar por um período de "falta de tempo" "falta de coragem", mas não devemos nos entregar, pois, pouco a pouco vamos aprendendo cada vez mais.

E lá na frente estaremos tocando as melodias que queremos tocar hoje. E lá na frente talvez sobre tempo para nos aprofundar cada vez mais. 

Lá na frente, o dia seguinte, será complicado começar do Zero. Como diz o ditado: "de vagar e sempre".

Bom, pretendo não parar. E não vou, se Deus quiser.

E você que parou, volte o quanto antes. "Nunca é Tarde"

Bom, se tiver experiência a compartilhar, não deixe de compartilhar conosco.

Forte abraço.
Daniel

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

"Breu | Não é Apenas Uma Resina"

Prezados, 


Tudo neste nosso instrumento influência na qualidade final do som que ouvimos  ou reproduzimos. Até fatores externos a nossa compreensão.

Mas os fatores que podemos compreender, porque não ter ciência, ahã? sim. Podemos, sem dúvida.

Nesta postagem vou abordar a importância do famoso Breu, a Resina.

O que é Breu (Resina)  ?

Breu é uma resina que geralmente é extraída de plantas (árvores coníferas) que são feitas algumas partes do nosso instrumento, tampo e fundo, por exemplo. Caberia estudos aprofundados, mas fico devendo.

Há também Resinas sintéticas, ou seja, aquelas que tentam imitar o produto natural, estes, talvez, de menor qualidade.

Pra que serve o Breu ?

O Breu serve para aumentar a capacidade de fricção entre a crina e a corda, ou seja, sem o breu haverá pouca fricção das cordas, portanto, pouco som, pois, quanto maior o contato que a crina tiver com a corda, melhor e mais alto o som.

Vejam, não é apenas um simples pedaço que ganhamos de brinde quando ganhamos compramos o instrumento. Além de se tratar de item que deve, obrigatoriamente, acompanhar o instrumento, é o item que devemos dar a devida atenção para ele.

o breu terá ponto fundamental entre a crina e as cordas, pois é por meio dele que o arco terá um desempenho aprimorado. Que coisa louca. Apesar de não parecer, o breu é importante para se tirar um bom som do nosso instrumento.

Questões Importantes:

Talvez no início dos estudos, não sentimos a diferença que o breu faz, ou a sua importância. 

Acredito que se um estudante começar com um ótimo breu, talvez ele não sinta, de fato, como ele é importante. Assim, também, aqueles que começam com breus simples.

Modelos testados por mim:

Primeiro breu que usei foi aqueles que vem de brinde nos instrumentos. Tentei estudar violino por conta das condições financeiras, pois, não tinha como comprar um Cello.

O violino é apoiado no ombro, logo, quando passamos breu no arco, uma poeira, por mais que pouca, é liberada. Quando isso acontecia, meu nariz ficava irritado, prejudicando, além de outros fatores, o estudo do violino, que não foi por muito tempo.

No meu primeiro Cello, foi a mesma situação: usei aqueles breus que vem de brinde. Um Paganini. (acho que ele é sintético)

Como minha emoção era grande, por ter conseguido o Cello, nem reparei (ou reparei) que o breu não me incomodava (irritava). Isso devido a posição que do arco fica. Até nesse fator me ajudou o Cello. Tudo de bom!!!

Pesquisando sorbe arcos, pois queria muito um arco de Pau Brasil, mas por conta do preço não comprei, descobri um estudo e uma alternativa mais barata e que poderia me ajudar. Para saber mais, click aqui.

Um arco de ipê custou R$ 120,00, bom o arco, com crina de animal, talão de ébano. 

Para este arco, pensei em usar um breu novo, mas não sabia de qual. O vendedor me mostrou um monte... Fiquei com o antialergico, por conta do problema do violino (não lembrava que o Cello não me dava irritação).

Pois bem, arco novo, breu novo. Muito bom mesmo. O Arco era melhor e o breu, aparentemente, era bom. Ele quase que não grudava na crina. Mas esse breu não é nada de tão especial para som. Ele é bom mesmo para quem tem alergia e não pode usar outro.

é o breu Jade:

Não senti que seja muito bom esse breu, apesar de, talvez, ser na época um pouco sem experiência para sentir (não que seja muita hoje).

Pena que estraguei esse breu colocando acetona (para dar mais contato, ou seja, mais aderência) estraguei o breu e quase que perdi o arco. Eu não faço isso nunca mais.... Colocar acetona, ou qualquer outra coisa, no breu para dar mais aderência. é juntar uma grana e comprar um breu melhor...

Mas, o fato de ter estragado o breu, me proporcionou a ser presenteado com um breu, Pirastro. Ai sim.

Esse deu deu uma pegada monstro. Ele ajudou a tirar mais som do Cello, muito melhor que os anteriormente citados. Gostei de mais desse breu. Arco de Ipê + Breu Pirastro, foi uma boa combinação.

Com ele pude tirar mais som do Cello. Um Hermano usava toda vez que eu tocava com ele. Ele gostava de mais desse breu. Um bom breu, apesar de deixar o som meio areado ou com ruídos.

É esse breu aqui: 

Mas esse breu, com meu arco de Pau Brasil, não ficou muito bom não. Parecia que o arco era melhor que o breu.

Mas em uma promoção e por um indicação de um Hermano, Rui Maurício, solicitei a amostras grátis de um breu transparente chamado Magic Rosin. 

Esse breu é muito bom. Surpreendente, diria. Ele deixa o som do Cello muito limpo. Sem som de chiado. Deixa o som muito suave. 

Ele não dá muita potência no som, mas deixa o som muito aveludado. Esse breu que uso atualmente. Mais para frente, pretendo fazer mais uns testes e dizer mais sobre este. (esperar a $$$)

Ele é transparente mesmo: Ele é feito por um violoncelista...


Conclusão:

Se tiver condições para comprar um breu melhor, coisa boa é. Acho que um breu deve durar muito tempo, se você não colocar acetona nele. 

O dinheiro investido pelo tempo que ele dura, vai ver que ele vai sair barato.

Uma opção boa é Breu Pirastro Preto + Arco de Ipê com Crina. Por R$ 150,00, talvez, você consegue fazer essa compra e ficar com arco e breu melhor que os de fabrica, ajudando, ademais, a tocabilidade, ao estudo, ao som...

Claro que existe melhor, Arco de Pau Brasil e breus melhores... Mas é uma boa opção.

Não deixe de compartilhar a sua experiência. Ela é importante para nós.

No caso de dúvida, não deixe de perguntar...

Abraços
Daniel

terça-feira, 25 de setembro de 2012

"Ajustes Básicos (p.2) | Técnico de Instrumento"


Prezados,


A postagem desse dia é devido a um contato que tive de um iniciante de violoncelo. Ele veio de outro Estado até Sampa, na Teodoro Sampaio, visando comprar o seu tão e esperado instrumento e posterior fazer uns ajustes e retornar a sua cidade com o instrumento apto a ser tocado.



No caso dele, não tinha o que fazer, estava correndo contra o tempo, pois precisava regular o seu instrumento em Sampa, pois onde ele mora não tem luthier, não tem lojas de música. Queria sair com o instrumento devidamente regulado.


Ele me contou que o luthier que ele levou o seu instrumento deu as seguintes informações: (acredito que era luthier de Guitarra e afins – nada contra)

- para que trocar as cordas ? as cordas são novas!!!!

Resposta nossa: As cordas que vem em violino, viola, violoncelo, são de péssima qualidade. Elas vêm sem a tensão correta, são mais moles, têm o som muito metálico. Não sendo chato, mas as cordas não são legais mesmo. Claro que para um profissional as cordas Mauro Calixto, que são ótimas para mim, podem ser péssimas para ele, (ou não) mas as que vêm no instrumento, na máxima humildade, não são legais.
As cordas que vem em guitarras e violões tendem a ter melhor qualidade, até por conta do próprio mercado que é mais “aquecido”. Existem violões de Nylon que vem de fabrica com cordas muito boas, guitarras também. Mas mesmo assim por elas estarem paradas ou já terem sido muito trocadas, pode estar sem o timbre original. Nada como encordoamento novo.

- para que ajustar as cravelhas ? são novas ?

Resposta nossa: As cravelhas ficam em atrito, madeira com madeira, o que pode grudar de mais (por estar parado há dias) ou estar lisa de mais (por nunca ter sido afinado), ou ficar dura em um lado e lisa em outro. Isso poderá dificultar o músico inicial em sua afinação, tocabalibidade, entre outras coisas. O luthier irá afinar a cravelha (apontar como se aponta um lápis novo), colocando a corda no local correto (talvez fazer um novo furo) e passar um produto para ajudar no atrito entre as madeiras. Legal, isso irá ajudar na hora de afinar. Diferente das tarraxas de violão, guitarra, que são muito boas na precisão da afinação. Lembre-se, ajustar as cravelhas não é luxo, é necessidade, ainda mais para cello. Não que seja impossível, é possível sim, mas se estiver bem regulada ajuda na hora de afinar e segurar a afinação.

- pestana, para que ajustar ? são novas ?

Resposta nossa: Sim. A pestana é pequena, barata, simples, mas pode deixar com uma dor nos dedos, de novo, ainda mais no cello. Melhor que o Luihier faça uma revisão para deixa-la regulada e não estourar seus dedos e as cordas. Junto com a regulação das cravelhas e pestana, as cordas iram passar pelo caminho correto. Em Instrumento de série, esses acabamentos são deixados para o usuário final. É possível sim tocar sem regular. Mas faça uma regulagem assim que possível.

- Cavalete é novo, para que trocar ?

Resposta nossa: O principal condutor do som, das vibrações sonoras, até o tampo do instrumento, é feito pelo Cavalete. Ele é o único e exclusivo responsável (o cara é importante) pela transferência do som ao “corpo do instrumento”.  Um bom cavalete, portanto, irá conduzir o som até ao tampo, fazendo com que este receba mais som. Consequentemente, o som do Cello será mais alto e melhor.

- trocar a alma que nada.... é nova:

Resposta nossa: hum. A alma é o principal condutor das vibrações do tampo para o fundo. Portanto, sem a alma, o timbre do instrumento ficará igual ao de um violão. A alma ainda é a “coluna” do instrumento para que o tampo não quebre por conta da pressão das cordas. A alma, ainda, é responsável pelo peso que as cordas terão no instrumento. Muito importante essa peça estar ajustada.


"Conforme explicado pelo M. Andrade, leitor do blog: A vibração é uma resposta física do corpo a um estímulo. Essa resposta tem sua frequência, mas a frequência em si não é transmitida, e sim a vibração constituída por frequência (altura da nota), amplitude (volume da nota) e fase (mistura de notas, caso o cello ainda esteja vibrando de outra nota quando você o estimular com uma nova!!)"

Talvez não tenha sido má fé dele, o luthier, talvez falta de conhecimento desses instrumentos de arco. Normal, se pedir para um luthier de cello mexer em guitarra, ele vai fazer merda, se não tiver conhecimento técnico. Cada um tem a sua especialidade e se capacitou para aquilo que estudou, aprendeu, ou ganhou de graça do Todo Poderoso.

No caso do nosso amigo, ele teria muita dificuldade para retornar em Sampa para regular o seu instrumento, por isso precisava mesmo fazer rapidamente. E não poderia levar o cello para fazer daqui uns meses.

Cello é um instrumento cheio de “frescuras” quem toca sabe, e merece sim uns ajustes básicos para iniciar os estudos, ou depois de uns meses de estudos. Sim, é caro e temos pouca grana, mas se nos abstiver-nos de algumas coisas, fazermos uns bicos, podemos. Quem sabe sobra uma grana para isso.

Claro, o mais importante é ter o instrumento, mesmo que desregulado, com cordas ruins, com ajustes tortos, com som ruim, feito de compensado ou de qualquer outro elemento da terra. O mais importante é ter o instrumento e ter alegria em tocar ou estudar. A alegria não se compra, não se ajusta. Não se compra o prazer de tocar, de aprender, de querer buscar e melhor. Isso o dinheiro não é capaz de nos fornecer. Por isso, toquemos e estudemos com alegria, seja qual for nosso instrumento, se possível, regulado.

Fiquem à vontade para deixar comentários.
Daniel

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Espigão de Fibra de Carbono | Muito Bom"

Prezados,

Atualmente, existem alguns acessórios em fibra de carbono. Trata-de de material leve e resistente. Portanto, pode ser utilizado como espigão do nosso cello.

O meu espigão antigo, que era normal, de aço, quando estava tocando ele ficava vibrando de mais. Fazia um som que me incomodava muito. Era muito chato aquele som.

Até minha esposa tinha notado o bicho gritando dentro do meu cello. Em pesquisas, procurei espigão de madeira, mas encontrei o de fibra de carbono. Opa!!! uma opção.

Apesar do meu Luthier ter apertado para que ele não ficasse solto, mesmo assim tinha dias que ele vibrava de mais. 

Vejam como é:



Para minha felicidade, a sua colocação é muito simples. Basta apenas puxar que ele sai inteiro, e é apenas colocar o outro (tem que tirar as cordas do estandarte).   Isso você mesmo pode fazer. Esporadicamente a alma pode cair com esse processo. Mas isso não é regra. A regra é: quando as cordas forem totalmente desafinadas, a alma deve permanecer no lugar. 

A não ser que você tenha feito algum ajuste delicado com seu Luthier, para alcançar um timbre. Como foi o meu caso: pedi um timbre morno, quente, aveludado no máximo. Ele fez. e ficou. Mas quando as cordas foram soltas. Páaaa. a alma caiu. Mas, reitero, isso não é regra. Já desafinei o cello e a alma não caiu.

Legal, o som saiu... aquele som chato não me incomoda mais. 

Agora o som está até melhor. Acreditem, o som do meu cello melhorou com o espigão de fibra de carbono. 

Tinha sentido isso. Mas como tenho essa loucura de tudo melhora o som... fiquei na minha, mas, um "hermanito" me disse: "nossa! com esse espigão o seu cello melhorou o som". 
'
Sim, está mais gostoso tocar. Parece que o som fica mais tempo dentro do cello. Parece que o espigão de aço suga o som. Sei lá. Uma impressão. 

Do ponto de vista da estética, gostei também.

Ele é algumas gramas mais leve... isso é bom na hora de levar o cello nas costas.. ahã ? sim.

Todo caso, fica ai uma dica e caso escute um som de vibrações de aço, talvez não seja os micro afinadores ( o que pode ser se eles estiverem com folga).

É isso ai. Caso tenham espigão de fibra e tenha sentido essa diferença, ou de aço e sente que ele suga o som, deixem seu comentário.

Daniel

terça-feira, 28 de agosto de 2012

"Arco bom | Na prática"

Prezados, 

Faz muito tempo que não posto nada. A faculdade está tomando todo o meu tempo. Quero postar algumas dicas de como segurar o arco, como segurar o cello, exercícios para deixar a mão mais leve, como fazer o vibrato, mas estou sem tempo, pois quero fazer alguns videos. Mas brevemente, vou postar.

A postagem de hoje é sobre a minha impressão sobre um bom arco.

Por um caminho especial, consegui um arco de Pau Brasil... em fim, um ótimo arco. Bonito e tudo mais...

Agora e na prática:

Bom, nas primeiras arcadas, confesso que não senti muita diferença, pois o breu ainda estava chegando nas crinas. Mas... quando pequei o arco antigo.. nossa, ai sim senti a diferença.

No primeiro dia, senti que o som o cello ficava mais quente e redondo (tal como dizem). Para poder explicar melhor: 

Sabe quanto tocamos o instrumento por algumas horas e ele esquenta e fica com o som gostoso, melhor que o normal ? sim, a minha impressão foi essa: Parecia que o instrumento, com o arco de Pau Brasil, já estava quente. Quanto ao de Ipê, parecia que o instrumento estava frio. Com o arco antigo parece que o som fica estourado. Voz rouca, e o arco de Pau Brasil, voz limpa. Quase isso.

Mas já estava sentindo que o arco era bom mesmo.

E nos outros dias? 

Bom. Quando o instrumento ficou quente, para ser sincero, ouvi o meu cello como nunca tinha ouvido antes. Som alto, aveludado, redondo. Mais facilidade para segura o arco, para tirar o som. De fato o som é constante no talão, meio e ponta. E se forçar, ficava mais alto ainda. Como tenho a personalidade tímida, apesar de não parecer, tiro o som tímido também. (acredito). 

Estou satisfeito com a compra. Uma boa pedida depois de ter um cello intermediário.

Digo que compensa e vale a pena investir, de acordo com as suas condições, é claro. 

Voltar para trás vai ser complicado. Agora, ou um arco do mesmo nível, ou melhor. Pois quanto temos contato com o que é bom, para voltar para trás fica complicado. Mas, melhor ter um arco simples, do que nenhum. Sempre tendo em mente aquela humildade.

É possível tocar com todo arco, com arcos melhores, mais ainda. OK?!

Bom essa foi minha impressão sobre arco de Pau Brasil, na pratica. 

Espero em breve postar como segurar o arco e dar arcadas, já que estou "evoluído"  para ensinar isso. kkkkkkkkkkkkkkk. Parece piada!! Mas o que eu sei, quero passar para ajudar.

Grande Abraço.
Espero que tenha contribuído.

Deixe seu comentário, isso é importante para os demais estudantes.

Saudações!
Daniel

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

"Partes do Violoncelo | Suas funções"

Prezados, 

Não poderia ficar sem dizer sobre as partes do violoncelo e as suas funções. Há descrição mais técnica sobre as funções, mas não tenho tanto conhecimento técnico (lutier) para escrever. Mas da para entender. Caso esteja faltando algo, por gentileza, me avise..

Vamos lá:

Voluta: Acredito que seja um estilo desses instrumentos. Entretanto, deve influenciar alguma coisa no som, por mais que pequena.



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Caixa de cravelhas: Servem para organizar as cravelhas.


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Cravelha: Servem para afinar o instrumento. Diferente de Guitarra, Baixo e violão, que contém tarraxas ( afinam mais precisamente, pois usam mecânica). Mas já há cravelhas com mecânicas internas, mantendo-se esse padrão.



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Pestana: Serve para dividir as cordas, para que elas não fiquem escorregando ou juntas.



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Espelho: Espelho é o local aonde os dedos são apetados para a nota correspondente soar.



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Braço: Braço é a madeira principal das peças acima mostradas.


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Tampo: parte superior do instrumento. Essa peça faz parte da caixa ressonância que tem por objetivo fazer com que as vibrações fiquem por mais tempo dentro do instrumento, por isso temos um instrumento acústico, ou seja, aquele que não necessita de força elétrica para seu funcionamento.


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Fundo: parte inferior do instrumento. Essa peça faz parte da caixa ressonância que tem por objetivo fazer com que as vibrações fiquem por mais tempo dentro do instrumento, por isso temos um instrumento acústico, ou seja, aquele que não necessita de força elétrica para seu funcionamento. Importante dizer que em alguns casos essa parte é bipartida, ou seja, são duas peças coladas uma na outra. (o meu é)


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Lateral: parte lateral do instrumento. Essa peça faz parte da caixa ressonância que tem por objetivo fazer com que as vibrações fiquem por mais tempo dentro do instrumento, por isso temos um instrumento acústico, ou seja, aquele que não necessita de força elétrica para seu funcionamento.




Importante dizer que o Tampo + o Fundo + a lateral faz a caixa ressonância.

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Filetes: quase não dá ver, mas é esse "risco" preto na borda do tampo (no fundo também há). Serve como um diafragma, segundo ouvi dizer do lutier.


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Efês: ƒ: Esses são para que o ar saia do instrumento, clássico em instrumentos acústicos.



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Cavalete: Essa peça transmite as vibrações das cordas para o tampo.


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Estandarte: Para segurar ar cordas. Mas exerce uma função oculta, de vibração e de leveza nas cordas. Por isso uso sem os micro afinadores.



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Rabicho: Segura o estandarte.

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Espigão: para deixar o instrumento mais alto, para que não seja apoiado nas pernas, apesar de violoncelistas tocarem segurando entre as pernas.

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Dentro do instrumento do lado direito, por meio dos ƒ 's temos a Alma: Serve para transferir o som do tampo para o fundo, muito importante essa peça.



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Dentro do Instrumento do lado esquerdo, por meio do ƒ vemos a Barra Harmônica: Server para fortalecer o tampo, pois há muita tensão exercida nela por conta do cavalete (cordas), e algo mais no som, que não sei dizer corretamente o que é.


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Acho que é isso.

Grande Abraço.
Daniel