terça-feira, 31 de julho de 2012

"O Arco de Cello"

Prezados, 
Mais uma contribuição do grande Rui. Quem tiver dúvidas, entre em contato que teremos o prazer de responder.

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A arte de tocar instrumentos clássicos de arco (viola, violino, violoncelo etc) envolve vários fatores. Desde a seleção do instrumento (tamanho, madeiras, etc) propriamente dito, a cordas, arco e outros acessórios. Ao tempo do aumento expressivo do compartilhamento de informações pelos meios eletrônicos encontramos uma discrepância de informações a acerca de arcos (peso, curvatura, equilíbrio e principalmente valores). Abordaremos neste post algumas dicas e referências que te auxiliará na aquisição de um bom arco para potencializar seus estudos. Não trataremos das técnicas de arcos (execução) e suas escolas, mas apenas sua estrutura física e faixa de preços.

Archetier (bowmaker)

Archetier (francês) também conhecido como bowmaker, é um artesão que se preocupa na construção e restauração de arcos (barroco, clássico e moderno), o qual possui habilidades especiais sobre as principais madeiras (pau-cobra, pau-brasil) para confecção e encrinamento de arcos. A maioria dos luthiers acabam agregando seus trabalhos a profissão de archetier. Outros profissionais optam em apenas construir instrumentos deixando o papel de desenvolvimento do arco para os archetier. Estes possuem seus trabalhos valorizados tão quanto a alguns luthiers, devido à precisão dos arcos construídos.

Prezados, segue alguns nomes e links. Informo que não temos qualquer relação de publicidade, marketing, ou comissão sobre as vendas de arcos por esses profissionais. A nossa intenção é compilar alguns profissionais desses ramo. Caso conheça outro, por gentileza, nos informe.


A escolha do arco

Parte da analogia (“se temos uma Ferrari vamos colocá-la em um rally?”) semelhante se temos um ótimo instrumento vamos utilizar qualquer arco sem balanceamento, com excesso/ausência de crina, sem equilíbrio e curvatura adequada. Logicamente, essas características se tornar grandes obstáculos em seus estudos. Após, a aquisição de um bom instrumento, a próxima etapa está na escolha de um bom arco.

Mas aqui está o “x” da questão. Muitos músicos pela sua inexperiência e falta de auxílio (professores, instrutores) não levam a sério a questão do arco. Geralmente os músicos que adquirem um Cello seja de loja e/ou luthier não se encorajam a comprar um bom arco... “paguei R$ xxxx,xx no instrumento, irei gastar mais R$ 400 R$ 1000 R$ 2500 em um arco”? Muita calma nesta hora pessoal. Deve ter em mente que nem sempre o mais caro é o melhor. Fazer um levantamento do material da construção do arco é mais importante do que simplesmente a etiqueta que vai grafada no arco.

A vareta geralmente é composta de madeiras nobres como pau-cobra (snakewood - mas com preço elevado) e pau-brasil (também conhecida como Pernambuco), sendo esta a melhor escolha para fabricação de arcos devida sua elasticidade e resistência. Temos outras madeiras, utilizadas para arcos mais simples e que possui baixo preço.

Arcos de fibra de carbono tem se mostrado opção interessante no mercado brasileiro, com uma grande variedade de preços e com diferencial de maior resistência quanto à curvatura. Porém, como está havendo um crescimento de produtos importados temos alguns fornecedores que estão oferecendo arcos de fibra de carbono fora dos padrões aceitos. O que torna o ditado popular uma verdade. “o barato sai caro”. Logo, pesquisem e façam inúmeras perguntas antes de fechar negócio.

Importante dizer que existe um estudo sobre arcos de Ipê (madeira), madeiras essa que se tem mostrado uma substituição ao Pau Brasil, ou melhor, uma segunda opção. Se quiser ler, click aqui. Em suma, trata-se de uma ótima madeira para arcos e com custo menor para estudantes. (atualmente eu tenho um, e digo que é melhor que muitos que vi por ai, apenas foi comprado em loja, o que não fazer dele um arco completamente equilibrado, mas em relação aos arcos que tive a oportunidade de tocar, ele é bom).

O equilíbrio correto de um arco é muito importante. O arco não deve ser demasiado pesado no talão e nem ser demasiado leve na ponta. Se for demasiado leve na ponta será difícil começar um som forte na parte superior do arco, se for demasiado pesado no talão será difícil controlar golpes de arco como o spicatto, e mudança de corda.

A curvatura do arco para instrumentos de cordas em especial o Cello é extremamente importante, pois o excesso (torna-o duro e desajeitado) e/ou falta (fraco e sem clareza nas articulações) limita a execução do instrumento. Assim como a crina que durante um determinado tempo de uso perde suas características, o arco pode perder sua curvatura se não guardado corretamente (afrouxado), podendo sua curvatura ser refeita por um archetier após uma análise prévia.

Um bom arco costuma ter a vareta flexível, com uma boa curvatura, peso bem distribuído entre suas extremidades (talão e ponta), ponto de contato equilibrado, crina de boa qualidade, etc. Geralmente um arco de Cello tem entre 82 e 85g podendo ter uma variação de até 12 gramas entre os arcos mais baratos e madeiras mais simples.

A crina do arco é tradicionalmente branca ou preta sendo que a crina preta é mais usada para arcos de contrabaixo. Existem crinas sintéticas, com preços mais acessíveis criadas para substituir as de cavalo, mas que não possuem o mesmo desempenho. A Crina do cavalo é considerada ainda o melhor material sendo os cavalos da região da Mongólia as mais utilizadas e digamos as mais “famosas”. Ao adquirir um arco de Cello verifique in loco a crina (nova ou usada). Conforme o ritmo de seus estudos deve-se ater a questão da crina reter a resina (breu). A crina perde com o tempo suas características naturais e com certeza seu desempenho tende a cair drasticamente. O peso das crinas do arco de violoncelo está em torno de 7,5g.

Todos esses elementos supracitados devem ser levados em consideração no momento da compra, pois faz uma enorme diferença tanto para segurar, quanto para emitir o som.

E por último o arco quanto sua forma. Existem basicamente dois modelos. Redondo e Octagonal. Não é nosso objetivo dizer qual é o melhor (Redondo e/ou octagonal), pois isso varia de músico para músico. O mais importante é levar em consideração a qualidade da madeira e sua estrutura (equilíbrio, crina etc).


Preço: (eita)

Realmente está parte é o terror de muitos R$ (eu) kkkkk.


Arcos de Archetiers (consulta recente) estão na seguinte faixa:



- estudantes R$ 350 a 550 encontra-se arcos até bons.



- intermediários R$ 600 700 800 (geralmente vem com talão de nickel) ótimos arcos! :)



- já os ditos profissionais varia entre 1000 a 2500 ou até mais... depende muito dos ornamentos e claro do Archetiers ( talão em ébano com prata / banhado a ouro | talão de tartaruga em prata | talão de chifre | talão imitação Marfim) são estes ornamentos que encarecem o arco. 



A grande maioria dos archetiers pesquisados trabalham com crina importada da Mongólia. Mesmo assim, vejo (minha opinião) que pelo preço aplicado a nível de estudante e intermédiário deve usar crinas de menor qualidade.

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Fica registrada a as dicas. Caso tenha experiência, por gentileza, não deixe de compartilhar. Caso tenha dúvidas, entre em contato.

Abraços

Daniel e Rui

quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Influência do Arco"

Prezados,

Segue nesta postagem, uma contribuição de um grande irmão, Rui Maurício, sobre arcos. Como ainda não tenho essa  capacidade de escrever algo, pois apenas agora que estou começando a sentir o arco (arcas), ele fez essa para nós, me ajudando e ajudando aqueles que querem estão na hora de começar a pesquisar sobre o assunto, o que é o meu caso. Ter um arco bom é importante.

ah, As perguntas foram feitas por mim e respondidas por ele:

Qual a influência de um bom arco ?

No Brasil temos bons archetier, espalhados por vários Estados do País. Porém, estes se confundem muito com a profissão de luthier apesar de que muitos destes assumirem o papel de confeccionar arco. Pois bem, após a aquisição de um bom instrumento, chega o momento não tão trivial como muitos pensam, a escolha de um arco, mesmo aqueles que adquirem instrumentos de série. 
"A escolha de um bom arco requer um conhecimento mais aprofundado acerca dos materiais que envolvem a fabricação bem como sua procedência".
Sempre se houve falar que é fundamental a aquisição de um bom arco, mas que influências este arco trará ao tocar? 

Bom, inúmeros são os fatores, mas vamos ao ponto. O fator precisão é o que fortalece a importância da aquisição de um bom arco. O som mais preciso, variando entre os aveludados e intensos o que podemos dizer que soa com um toque mais “redondo”, é o grande diferencial dos bons arcos. Um simples post não te dará total segurança para se arriscar a comprar um arco sem antes testar-lo. Porém, lhe dará coragem para buscar atelier de algum archetier, para testar e fazer a melhor escolha.

Com um bom arco podemos tocar melhor ?

Não podemos confundir técnica (escola de arco) com o arco propriamente dito. Visto que o arco por si não tocará sozinho, porém aliado a técnicas corretas de como manuseá-lo isso sim poderá atribuir novos horizontes quanto à arte de tocar bem.

Podemos tirar um som melhor do instrumento com um arco melhor ?

Com certeza. Bons arcos, com peso, densidade, curvatura e medidas corretas favorecerá na produção de um som homogêneo sem muito esforço, nas mais variadas partes do arco (talão, meio, ponta).


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Bom, fica ai algumas das minhas dúvidas, respondidas pelo Rui. Esperamos ajudar. Quem tiver dúvidas pode postar no blog que teremos o prazer de responder. Quem tiver comentário adicionais, por gentileza, deixe a sua experiência.

Saudações
Daniel e Rui

domingo, 22 de julho de 2012

"Iniciando os Estudos | Primeiros de Métodos"

Prezados,

Acredito que o blog esteja com os elementos iniciais necessários. Acredito que deu para matar a curiosidade de algumas coisas deste lindo instrumento. Ainda falta muita coisa, mas vou escrevendo com o tempo.

Conversando com o grande Rui, notamos a ausência de dicas de métodos e estudos. Dessa forma, passo a escrever sobre o assunto.

Bom, iniciar os estudos de forma disciplinar é muito complicado. Queremos, na verdade, pegar o cello e sair tocando tudo. Mas não é bem assim. 

É certo que no começo a ansiedade do instrumento não deixa o estudo falar mais alto. Mas para podemos tocar bem temos que estudar. Não tem jeito. Se você não tiver aquele Dom Magnifico de Deus, vamos ter que apelar para os estudos. Se tiver o Dom e quiser também pode estudar.

Chega de papo!!!

Métodos:

Existe um método chamado, Nelson Gama. Esse é o cara. Teve coragem de fazer estudos simples, fáceis e um método auto explicativo. Não é um método completamente completo, mas para quem está estudando em casa é uma boa. Com as suas pesquisas, e algumas dicas desse blog, fica mais complementar.

Comece com ele. Nelson Gama v.1. Por mais que ele não exija muito, ele é muito bom. Este método é super parecido com o Dotzauer (que vou falar mais abaixo), apenas é escrito de forma mais simplificada. Abordando no inicio mais arcadas em cordas soltas, coisa que o Dotzauer não faz: (Click na imagem para abrir o arquivo)


Cara, Nelson Gama para os primeiros 6 meses de estudo ou até mais, talvez menos. Não tem pra ninguém. Sem falar que está em português...

De cara, após um mês de estudo, pouco mais, pouco menos, estude o Suzuki v.1. Veja ele aqui. Nossa, nele existe algumas musicas boas para tocar, vai dar mais animo, pois estudar método seco é muito ruim:




Suzuki v. 1 têm MP3 das musicas, você não vai ficar na mão. Certo que tem musicas nele que é muito complicadas. Mas vai estudando ele sempre. Nas primeiras execuções da partitura não é fácil, mas sempre vá estudando ele. Indo e voltando, do começo ao fim, enquanto você vai estudando o Nelson Gama.
Suzuki tem algumas lições com técnicas de arco; mas você pode ignorar essa técnica na primeira passada. Na segunda passada vai ser melhor. Da terceira vai entrar no clima. Técnica de arco é complicado mesmo. Com os MP3 da para ter  uma ideia e como é o som da arcada. São musicas pequenas e agradáveis. Parece loucura tocar o método inteiro 5 x. Mas o tempo passa rápido e ele é pequeno. 
Você pode trocar as melodias do final do método Nelson Gama, pelo Suzuki 1. Particularmente, as melodias do Nelson não são legais. Mas não esqueça de estudar as escalas do Nelson.
ah, você pode tocar algunas partituras do seu gosto também. Isso ajuda bastante na afinação, por conhecer a melodia; na vontade de estudar mais; entre outras coisas...

Tempo de Estudo | Metodologia:

Agora já sabemos os dois métodos para os 6 primeiros meses, mais ou menos. Agora, como estudá-los? quanto tempo ?

Vamos começar com o Tempo de Estudo:


Logo no inicio, como relatado no artigo sobre calejar os dedos, o tempo de estudo não tem como ser de muitas horas, por conta de dores musculares, falta de jeito, falta de animo, entre outras coisas.

Como o método Nelson nas primeiras páginas é apenas arcadas, a dor é pequena. Mas mesmo assim não é simples. Quando sentir que está doendo, para e desce por 15 minutos, mais ou menos. Relaxe os músculos. Volte aos estudos. Se estiver doendo muito pare e descanse muito mais. Se tiver doendo. Pare e estude apenas no outro dia. 
Se estiver afim de fazer um alongamento antes do estudo boa coisa é. Nunca force, forcar não é bom.
No dia seguinte, vai sentir o corpo meio dolorido, normal. Mas estude da mesma forma que relatado acima. Quando sentir que está no seu limite. Pare e deixe para o outro dia. 

Forçar demais não é saudável para nosso corpo. Você que deve sentir o seu limite. Acredito que não exista uma regra exata para isso. Mas é importante é não forçar de mais. Se tiver muita tenção, dor muscular demasiada, pare. Não é comercial de remédio, mas se o problemas persistir, procure um profissional. sinta-se à vontade para me fazer perguntas.

Com o passar dos dias vai aumentando o tempo de estudo, Tipo. Meia hora, 1h, 1h e meia. Assim por diante. Esse tempo de estudo vai aumentar com o tempo mesmo, o corpo vai pegando mais resistência.

Metodologia:

Já comentei acima mais ou menos como deve ser. Mas friso que a primeira parte do Nelson Gama, cordas soltas, deve ser muito tocada. Rapidamente você acabara com ela.

Mas peço que repita ela por uma, duas, três vezes, quantas vezes você conseguir. Isso ajudará muito nas próximas lições, que serão da notas com o primeiro dedo e os demais.
Você já deve ter lido, ou ouvido, mais ou menos, 40% da beleza do som está no arco. Fundamental saber dar arcadas. Brevemente estarei postando sobre arcadas. 
Sobre cordas soltas, estude sem o método também, tipo criando as suas próprias arcas para ir pegando mais confiança.

Quando chegar na parte de intervalos do Nelson, pegue o Suzuki nas primeiras lições e vai tocando elas numa boa. Sem muita pressa. Dê mais importância ao Nelson, o Suzuki é apenas para aliviar a secura do método seco. 

Tenha alegria em estudar o método seco. Trará bons resultados.

Agora vá estudando o Nelson Gama até o fim, trocando, se quiser, as melodias pelo Suzuki, mas não deixe de estudar as escalas que o Nelson ensina. 
Se tiver empolgado, toque o Nelson novamente. Em 3 dias, desta vez, você é capaz, acredito...
O Nelson vai ensinar apenas a primeira posição e suas variações, com pequenas explicações em português, o Dotzauer também, mas em outra língua, mais um motivo para estudar o Nelson

Agora você está apto a estudar o Dotzauer, que é um método mais complicado, e exige mais atenção e esforço. É um ótimo método.



Você vai notar que o Dotzauer é parecido com o Nelson, ou o Nelson é parecido com o Dotzauer, porém, com estudos que exige mais do aluno. 

Bom, fica ai a dica. Espero que ajude essa forma de estudo. E, caso tenha algum comentário a fazer, ou dica adicional, por gentileza, não deixe de compartilhar.

Abraços
Daniel

sábado, 21 de julho de 2012

"Nunca é Tarde | O Estudo da Música não é Somente para os Jovens"

Prezados,

Somente o título já é o suficiente para a compreensão deste artigo. Mas vou escrever mais sobre o assunto.

Algumas pessoas pensam que a música é somente para os jovens, os quais estão cheios de vigor, vontade, energia, saúde entre outras coisas que a juventude de muitos proporciona.

Essas pessoas pensam que não podem iniciar o estudo da música por se acharem velhos, incapacitados ou algo do gênero. Já ouvi muitos casos desses e não concordo muito com isso.

Todos têm capacidade de estudar a música
É claro que a música é um Dom de Deus para muitos. Muitos com apenas uma hora de estudo são capazes de tirar lagrimas de muitos que ouvem. Não estudam muito mas tocam muito. Esse é o Dom de Deus.
Mas com estudo, também somos capazes de executar a música e nos alegar também. Nunca é tarde para isso. 

É verdade que quando estamos antes da fase do quartel (maior idade), juventude material (digo isso porque a velhice está na cabeça), temos mais pique, mais vontade, mais tempo. Verdade é que a nossa cabeça não têm tantas preocupações, ocupações, fatos em nossa vida. Para mulher isso se aplica também, sem o quartel é claro.

Quando chega essa fase, temos que trabalhar mais sério, fazer um curso de graduação, já pensando em pós graduação, com cursos de curta duração específicos, inglês, Excel... entre tantos outros os quais os empregadores exigem, sem falar nos concursos públicos.

Nessa correria o tempo passou e aquelas aulas de canto, de violoncelo, de piano, ou de outros instrumentos ficaram perdidas no tempo... Só restou a vontade. Ou a vontade nasceu agora.

Não podemos nos achar incapacitado para tocar um instrumento, por estarmos avançados na idade. No nosso caso, o violoncelo. Pablo Casals, por exemplo, foi um violoncelista que deu notoriedade ao violoncelo. Ele,  quando de sua terceira idade, estudava horas por dia, e dizia que notava a sua melhoria. Vejam, nunca é tarde. Isso demonstra que podemos estudar nesta idade.

Podemos sim ser velhos no corpo, na idade (experientes), e ser jovens na mente (idade imaterial), ou seja, ser idoso, pois velho é trapo, como já ouvi.

Podemos sim aprender a música depois dos 18 anos, depois dos 25, depois dos 35, depois dos 40, 50, ou depois de casado, depois de ser pai, depois de ser avós, depois de ter aposentado (a), depois de ter vivido muitas coisas na vida e ter muita experiência e ir aprender com jovens que ainda não viveram 1/3 de nossa experiência.

Talvez nessa idade a compreensão da música pelo nosso cérebro seja mais lenta, talvez as nossas articulações não sejam iguais é de uma criança de 7 anos, mas com Paciência e Fé, podemos sim tocar o nosso instrumento, aprendendo mais e mais com o passar dos dias.

Dentro de poucos meses, dentro de poucos anos, estaremos tocando o suficiente para o uso amador, no bom sentido.

Fica a mensagem para aqueles que estão se achando velhos de mais para estudar a música. Esse pensamento de que você é de velho de mais, já deveria ter morrido em sua mente e coração, a muito tempo....

Se estiver com esse pensamento, por gentileza, mate-o. Ele não deveria existir.

Caso tenha uma experiência neste sentido, por favor, compartilhe-lhe-a conosco para ajudar outras pessoas que estejam nessa situação.


Daniel

terça-feira, 17 de julho de 2012

"Violoncelo Chinês | Como Escolher"

Prezados,

Como é difícil escrever sobre este tema. Em um dos meus artigos anteriores, relato sobre instrumentos chineses os quais tive a oportunidade de tocar, ouvir. Caso não tenham lido, click aqui. 


Existe ainda, um artigo sobre instrumentos intermediários, click aqui.

Pois bem, já é um norte para a compra de um instrumento. Caso tenha um professor, leve ele junto. Ele fará essa tarefa, mas se não tiver como ele ir, ou se não tiver um professor, seguem as dicas.

Primeiro determine a faixa de preço que você vai gastar, para ter em mente mais ou menos qual será a marca que você vai levar para casa. Determinada a marca, seja qual for, e modelo seja qual for, veja o que você deve observar:

- Como o instrumento está parado, com cordas de fabrica que não são legais, e além disso o som delas ainda está muito metalizado pelo seu pouco uso ou nunca uso, o instrumento fica com o som péssimo; dificilmente será notada a diferença de som entre instrumentos, mas se for possível faça, não custa tentar;

- O instrumento está com o som totalmente abafado, vai demorar algumas horas para pegar afinação; cuidado para não estourar a corda, se for testar os instrumentos;

- O arco da loja está sem breu, o que irá dificultar tirar um som do instrumento;

- O vendedor está no seu pé atrás da comissão sobre a venda dizendo que instrumento neste preço e qualidade não você não vai encontrar por ai; "Sim, eles querem vender, querem ganhar o seu pão, e nós queremos comprar um instrumento. Cuidado com papo de vendedor, às vezes eles não sabem o que estão falando, e dizem de tudo para vender os produtos e ganhar a tal comissão;

- Talvez exista muitos instrumentos na loja e com essas condições acima relatadas não vai ser possível testar todos os instrumentos;

Diante do exposto, e de outros fatores, resta olhar a qualidade do instrumento. Sim. Veja qual aparenta ser o melhor, dentre a marca escolhida e modelo. Melhor às vistas. Caso a loja tenha três modelos da mesma marca e você está certo da compra, procure defeitos no instrumento, olhando em todos os lados, em todos  as partes, em todas as peças:

- veja se não há rachaduras;

- veja se o espelho (parte preta do braço do instrumento) não está quebrada, ou com partes quebradas ou danificadas; essa parte é importante;

- se não há riscos no instrumento;

- se aparenta já ter sido devolvido por alguém; 

- se o instrumento não está descolando;

- se o instrumento não está muito torto; colagens muitos tortas, de tão tordo que todos percebem;

- entre outras coisas que você poderá observar...

É claro que o dia da compra é muito tenso, muitas escolhas, muita pressão. Na verdade ficamos cegos e mesmos sabendo disso tudo, a probabilidade de ficarmos cegos devido a ansiedade, será muita.
Quando fui ao meu lutier tentar matar o som de lobo, ele me ofereceu outros instrumento na mesma qualidade e preço, pois o lobo não saiu. Todos estavam com cordas boas e ajustados por ele. Mas o som de todos eram praticamente iguais. Todos com som metalizado de cordas novas. Som oco de instrumento parado. A minha opção era olhar qual instrumento era mais bem feito. Procurei defeitos em todos. Qualidade estética da madeira.... Acabei ficando com o meu mesmo. Fiquei muito no dúvida... Como o meu já estava amaciado, e aparentemente era o melhor de todos. Madeira mais bonita, verniz mais bonito, espelho mais bonito... Em fim, é o meu violoncelo.
Procure ser bem crítico na escolha e demonstrar ao vendedor que você vai levar a mercadoria, mas dentre os modelos quer levar, você  quer o que tenha melhores qualidades físicas. Isso talvez deixe ele mais calmo, ou não... 

Não tem jeito, escolher um instrumento é complicado, diante dos fatores acima.

Outra dica é: Como você não manja mesmo do instrumento, nada impede de arriscar e comprar pela internet. Desde que a loja não seja uma laranja, tenha  ouvido falar da marca e modelo do violoncelo. Mas somente faça isso se não tiver opção mesmo.

Caso tenha problemas quando da entrega do instrumento, terá 7 dias para trocar. Certo que será um pouco chato esse procedimento, mas está na lei. Diferente se comprar diretamente na loja física, que dependerá da boa vontade do gerente ou dono.


Pesquise mais sobre assunto de dicas. Talvez encontre mais pessoas relatando experiência, ou dicas.


O meu primeiro violoncelo, sinceramente, não teria feito diferença alguma em ter comprado pela internet. Nunca tinha feito um análise em um violoncelo para saber se aparentemente era bom ou ruim... Não conhecia pessoalmente um violoncelo, diferente de hoje. Mas é mais gosto ir à loja comprar e sair com ele nas costas. Eita coisa boaaaa... Que sensação gostosa.


Fica ai a dica. Comprar um instrumento não é tarefa fácil mesmo, pelo menos para mim.


E você, caso tenha alguma experiência, ou dica de como comprar um instrumento, compartilhe-lhe-a conosco.


Grande abraço e boas pesquisas.


Daniel

"Aquecendo o Instrumento | Aquecendo o Musico"

Prezados,

Este artigo está classificado como melhoria de som, pois não vejo outra forma de classifica-lo.

Pois bem, estamos ansiosos por melhorias continuas de som do nosso instrumento. Não é?!
O nosso instrumento, segundo é relatado, vai melhorando gradualmente o som conforme vai passando os anos, conforme vamos tocando. Dizem que esse processo é o de secagem da madeira. Quando mais a madeira estiver seca, melhor é o som.
Ah, não coloque o instrumento no sol achando que ele vai secar. Hehehe. Isso vai destruir o seu instrumento.

Bom, isso é com o tempo. Mas existe algo que podemos fazer para ele melhorar no dia que tocamos: é o aquecimento do instrumento. Sim, quando o instrumento aquece o som melhora.

Quando tocamos por certa de 1 hora, tanto o instrumento, quando o instrumentista aquecem. Jogadores de futebol se aquecem antes do jogo. Solistas de orquestras também fazem isso. Cantores...

Eles tanto aquecem a si mesmos como o seu instrumento, para entrarem no “clima”.

O problema de muitos estudantes é o tempo de estudo. Geralmente é 1 hora para aquecer o instrumento. Mas é muito complicado tocar uma hora ou 4 horas por dia, ou até mais, por diversos motivos, pois muitos de nós não vivemos da musica. O nosso ganha pão não é a música, sobrando, dessa forma, pouco tempo para dedicarmos ao estudo dela. Para ser sincero, dificilmente o dia que consigo estudar por muitas horas. Aos Sábados até vai.

Mas quanto toco ou estudo por esse tempo, fica mais fácil de tirar o som do instrumento, parece que as cordas ficam mais leves, o arco fica potente para tirar o som e o instrumento de fato fica com o som melhor. Nossa é muito bom quando ele aquece e eu não estou cansado de tocar ou estudar, pois o som fica muito muito, o corpo também está mais leve. Muito bom mesmo.

Agora só não vai colocar o instrumento em banho Maria para aquecer, eheheh. Brincadeira.

Bom, para quem não sabia desse fato, ou imaginada que acontecia. Agora está sabendo.

Grande abraço
Daniel

segunda-feira, 16 de julho de 2012

"Calejando os Dedos | Tarefa Lenta"


Prezados,

O que é calejar os dedos ?

Trata-se de um endurecimento da carne das pontada dos dedos da mão esquerda. Com os dedos calejados é possível tocar mais tempo o instrumento, arrastar os dedos de forma rápida em cima das cordas sem sentir dor ou cortar os dedos. Processo similar acontecia com as antigas costureiras, as quais com as agulhas, furavam as pontas dos dedos. Com o tempo, pequenas agulhadas não mais faziam furos. 

Quanto tempo demora ?


Os dedos demoram um pouco para calejar mesmo. Depende muito da quantidade de dias e horas que você estuda. Logo nos primeiros dias, não tem jeito, é muito desconfortável. Logo no inicio não tem como estudar muito tempo, pois a dor é grande. Quando estiver assim, não force, deixe para o dia seguinte. 


Todos dias os dedos vão calejando mais um pouco e você vai pegando mais resistência e agilidade, afinação, sempre isso não acaba...

Nos primeiros meses, a pele vai ficando branca e quer sair. Tente não retirar essa pele quanto estiver assim. É meio feio, mas é o calejado. Logo mais ela volta ao normal, mesmo calejada. E os seus dedos ficam normais com o tempo. 
Lembro-me de um amigo que tirou pele "morta" por que era feio. Apenas teve que passar pelo processo de calejar novamente. Pior que já tocava, tinja agilidade, mas a dor não permitia que ele estudasse, kkkk..
Essa pele geralmente quer sair quando tomamos banho quente. A pele fica ainda mais branca. Procure deixa-lá cair naturalmente.

O processo de calejar os dedos é tarefa longa e demanda paciência. Procure não utilizar nenhuma técnica maluca para calejar, tipo, ficar batendo o dedo em ponta de faca. Ou até faça isso, vai ter que ficar uns meses sem tocar.

Procure às vezes dar um descaso para o dedo, para ele dar uma respirada. Quando ver que está doendo, não force, deixe para o dia seguinte, como já dito.

Quanto toco muito além do normal, sinto meus dedos calejando mais. Se deixar de tocar por alguns meses, o calejado vai sumir. Mas desta vez metade do processo (ou quase) já passou, mas vai ter que calejar novamente.

E como foi o seu processo de calejar os dedos, demorou muito ?

O meu para ficou uns 3 meses para ficar mais ou menos. Com 5 meses médio, agora com quase 1 ano está legal. Mas como dito, se tocar muito mais tempo que o normal, o dedo sente o tranco... hehehe.

Não deixe de comentar/compartilhar
Grande abraço.

Daniel

quinta-feira, 12 de julho de 2012

"Notas do Violoncelo | Primeira Posição Natural"


Prezados,

Na hora de iniciar os estudos da mão esquerda, não sabemos aonde estão as notas do violoncelo. Neste artigo vou mostrar aonde estão as notas da primeira posição. Mas primeiramente, segue duas pequenas legendas muito utilizadas:


Polegar
ø
Indicador
1
Médio
2
Anular
3
Mínimo
4
Aqui são os dedos da mão esquerda. Os métodos utilizam muito dedo 1, 2, em cima das notas que devem ser tocadas. Isso ajuda muito no começo. Essa tabela é fácil de decorar.




Legenda
C
D
Mi
E
F
Sol
G
A
Si
B
Sustenido
#
Bemol
Bequadro

Isso é para decorar. Não temos como fugir. Trata-se de cifras. Muito utilizadas para se tocar violão. A maioria dos métodos utilizam essa linguagem que agiliza a leitura. Importante essa tabela. 


Bequadro, para quem não sabe, é voltar a nota ao seu estado anterior de uma nota sustenida (#) ou bemol (♭). Simples assim.






Deixando essa micro-teoria (é mais gosto tocar não é?!). Vamos a parte que interessa. As notas do Violoncelo, descritas na tabela abaixo:


Corda C
 CordaG
Corda D
 CordaA




D (1)
A (1)
E (1)
B (1)


F (2)
C (2)
E (3)
B (3)


F (4)
C (4)
G (4)
D (4)
Essa é a primeira posição natural, ou seja, não tem nenhum acidente. Faça assim: Coloque os seus 4 no inicio do espelho, mais ou menos no término do 4 dedo, que o primeiro vai começar. (vide video simples).



Quando o video começar ele vai ficar reto. Fiz isso para pegar o espelho quase inteiro. A posição do corpo esta incorreta a antre-braço, é mais para olhar aonde estão as notas ( distancia entre uma e outra). Meu 4 dedo é torto (pois é sofro um pouco com ele), fazer o que...

No inicio é muito normal tocar a nota desafinada. Mas como é Dó - Ré, fica mais fácil de achar a nota e as demais.  Imagine: Dóoooo - Réeeee. Seja persistente, é complicado no começo. O espaço entre o Dedo 1 e o dedo 3 é de quase 4 dedos. Entre o dedo 3 e 4 é mais ou menos um dedo. Tudo vai depender do tamanho do dedo da pessoa, é claro. Mas fica uma dica para ter uma noção de espaço. 

Lembre-se que ter mão grande ajuda, não tenho dúvida, mas ter a mão pequena também se pode tocar. Eu tenho a mão média. Consigo tocar numa boa. Além de a mão esticar com os estudos. Sim ela ficar maior. Não muito, mas um pouco. (fica mais elástica).

Outro ponto fundamental: o dedão deve estar na altura do segundo dedo. Ele é meio rebelde no começo. Mas logo ele fica no lugar. Ele é para marcar a posição. Ele pode dar pequenas mexidas. Não há problemas nisso. Apenas tome cuidado para ele não ficar se mexendo muito. 

Veja na foto como ele deve estar. Veja que ele fica na linha do 2 dedo. Ele pode ficar apontado um pouco para cima, ou em linha reta. Tente deixa-lo relaxado.




Ele serve para guiar a mão. É possível tocar sem ele, não muito, mas é. Tente eliminar a tensão dele com os dias.

A força deve estar na ponta dos dedos. Tente programar o seu cérebro para jogar a força lá. Procure usar a parte do dedo em que tiver mais carne. Mas lembre-se de um detalhe muito importante: Não é muita força, é jeito. É mais jeito do que força. Procure não forçar e diminuir com o tempo a tensão (isso é complicado mesmo).

Estude bastante sem o arco. (pizzicato) isso ajuda a afinar, ter a posição e calejar os dedos. Sem contar que podemos estudar à noite dessa forma. Mas estude com o arco também.

Segue agora um guia com todas as variações da mão esquerda na primeira posição. ótimo guia de todas as variações. ajuda a memorizar. espero que gostem. Usem.


Bom fica ai a dica. Espero que este artigo possa ajudar. Caso tenha dúvidas, entre em contato, terei a honra em ajudar.

Caso tenha experiência, não deixe de nos ajudar, pois quanto mais informações disponíveis, melhor...

Saudações
Daniel